
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou nesta noite que a fronteira entre Venezuela e Brasil foi fechada hoje e permanecerá assim até pelo menos dia 13, segunda-feira. O comunicado traz a informação de que o fechamento ocorreu por decisão do governo de Nicolás Maduro, presidente venezuelano que tomou posse de seu terceiro mandato durante cerimônia realizada hoje.
“O governo brasileiro informa que, por decisão das autoridades venezuelanas, a fronteira da Venezuela com o Brasil foi fechada hoje, até dia 13 de janeiro, segunda-feira”, informa o texto do MRE. De acordo com a nota, em caso de emergência, cidadãos brasileiros na região poderão acionar os plantões consulares da Embaixada do Brasil em Caracas e do vice-consulado em Santa Elena de Uairén, por meio dos seus respectivos contatos.
A decisão de fechamento das fronteiras é mais um capítulo que demonstra o mal-estar entre as gestões de Maduro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ex-aliados, os dois entraram em rota de colisão depois que o petista passou a criticar Maduro publicamente por conta de sua resistência de divulgar as atas eleitorais que poderiam comprovar sua vitória na última eleição presidencial. De lá para cá, os dois passaram a trocar farpas por meio de declarações à imprensa.
No ano passado, por exemplo, Maduro atacou diplomatas brasileiros pelo veto ao ingresso de seu país no grupo do Brics e citou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Além disso, em um comunicado, o governo venezuelano mencionou diretamente o assessor internacional de Lula, Celso Amorim, que classificou como “bobagens” alguns posicionamentos de Caracas contra o Brasil.
Em resposta, Caracas também publicou duras críticas ao governo brasileiro e convocou o seu embaixador em Brasília, Manuel Vadell, para consultas. Na linguagem diplomática, a convocação do embaixador significa uma demonstração contundente de insatisfação com o outro país. O encarregado de negócios do Brasil em Caracas também foi convocado pelo regime, de quem ouviu queixas sobre “declarações intervencionistas e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro”.